Por questões geográficas, nós do "O Caralho a 4" não podemos ir em quase todos os shows que acontecem aqui no Brasil. Mas por sorte temos amigos espalhados por todo o território nacional e, um desses amigos foi conferir o show da Titia do Rock em São Paulo. Logo, como sou um aproveitador barato (-q), pedi para esse amigo escrever um relato de como foi a apresentação. E o post abaixo se trata justamente disso, um relato descompromissado do show de Alice Cooper no Credicard Hall.
Por Rendrick Duarte:
"Demorou pra eles colocarem rock de verdade no meio desse caralho de blog!
Foi no dia 30 de maio que Alice Cooper deu as caras no Brasil depois de 4 anos, e fez o primeiro dos 3 shows que estavam marcados, em Porto Alegre. Relatos foram ouvidos dizendo que o público no Pepsi On Stage parecia não ter passado das 1.000 pessoas. Vendo isso, rezei para que o público de São Paulo representasse no Credicard Hall no dia 2 de junho, pra não decepcionar a Titia Alice.
Dei um gato no serviço, então consegui chegar por volta das 3 da tarde na fila (caracterizado com a maquiagem usada na turnê do Along Came A Spider) e não tinha muita gente. Lá pra umas 18:30 o povo começou a chegar. Muita gente deve ter ido trabalhar e só conseguiu ir pro show depois. Quinta-feira é uma desgraça pra dia de show viu. Os portões que estavam programados pra abrir às 20:00 horas (uma hora e meia antes do show) só foram abrir às 20:30. Nisso já tava uma bagunça da porra na fila.
O legal do show é que não tinha pista vip, então eu consegui ficar muito perto do palco. O povo se dispersando dentro do Credicard Hall, uns indo pras cadeiras superiores, outros pros camarotes, e nada da pista encher. A banda, que estava programada pra entrar às 21:30, teve também meia hora de atraso, entrando somente às 22:00. Foi o tempo de encostar perto de mim um cover do Ozzy e zoar com a galera. E o tempo da pista finalmente encher!
Começa o discurso ao fundo do ator Vincent Price. As luzes começam a piscar sobre a bandeirona da turnê, Cooper dá as primeiras palavras num microfone que estava um pouco ruim, e juntamente com os primeiros acordes de "The Black Widow" a bandeira cai, mostrando Alice Cooper no topo de uma escadaria, trajado de aranha. A partir daí a galera não para. Loucura o show inteiro.
Interessante eles tocarem "The Black Widow" inteira. Geralmente eles tocavam só um trecho, ou então só a instrumental durante algum número do Alice. Os 'sacerdotes' viram a escada, e o mestre desce, dando início à "Brutal Planet". A turnê é intitulada 'No More Mr. Nice Guy Tour', então têm-se a ideia de que a banda vai dar mais lugar aos clássicos. Foi o que aconteceu... "I'm Eighteen" marcou o começo dos clássicos, com Cooper se apoiando na sempre presente muleta. Logo vieram "Under My Wheels", "Billion Dollar Babies" (com direito aos dólares na espada) e "No More Mr. Nice Guy". Nisso eu já tinha suado uns 3 litros.
A banda que acompanha a Titia é fenomenal. Steve Hunter, que trabalhou com Alice Cooper até o álbum Lace and Whiskey de 1977, voltou a fazer parte do line-up nessa turnê. E as surpresas da noite ficaram com "Hey Stoopid" (que não era tocada desde a turnê de 1997, e só começou a ser tocada aqui na América Do Sul), e "Halo Of Flies". Foi nessa última que a banda mostrou sua virtuosidade. Pra quem não sabe, "Halo Of Flies" foi criada depois do King Crimson ter dado uma entrevista dizendo que 'Alice Cooper era só glitter' Com seus quase 9 minutos, "Halo Of Flies" levou ao delírio aos fãs que a conheciam. A instrumental final deu o tempo de Cooper ir trocar o figurino para mostrar a música nova "I'll Bite Your Face Off".
O teatro macabro de Cooper foi simples. Nada de enfermeiras, nem de colares de diamantes sendo jogados na plateia (por não tocarem "Nurse Rozetta" e nem "Dirty Diamonds"), mas foi incrível. Na baladinha machista "Only Women Bleed" a Titia cantou com uma boneca nas mãos. Na sequência ele espancou a boneca, ao som de "Cold Ethyl". Alice também encarnou 'O Médico E O Monstro' e deu vida à um Frankenstein de uns 5 metros de altura, claro, durante "Feed My Frankenstein".
Em "Wicked Young Man" ele atravessou seu pedestal em um paparazzi. Por conta disso, Alice é preso e condenado à morte. A hora mais esperada do show. Chega a guilhotinha, com a banda tocando parte da "Killer". No ápice da música, o carrasco solta a corda e a lâmina desce, decapitando o astro. E o público delira. "You love the dead?" pergunta aos gritos o carrasco, mostrando a cabeça de Cooper. Nisso a banda começa o refrão da "I Love The Dead", acompanhada em coro pela plateia. Mas calma, foi só o tempo para Cooper trocar de roupa e voltar com um terno brilhante e uma camisa da seleção brasileira com seu nome, de número 18 (I'm Eighteen) para o clássico "School's Out". E eles deixarem o palco.
Para o bis ele preparou "Elected", com direito à um discurso sobre o Brasil, falando que é um lugar onde há muita pobreza e colocando outros pontos negativos do país, falando depois que não liga. Encerrando o show, Steve Hunter veste uma peruca à la Hendrix, e é justamente ele que o guitarrista encara mesmo, tocando um cover de "Fire".
Pela visão que eu tive, o Credicard Hall (que tem capacidade para 7.500 pessoas) estava com, pelo menos, 6000 loucos vendo aquele show de horrores. Mas uma coisa é certa: apesar da Titia Alice não ter conversado muito com o público, São Paulo teve uma noite inesquecível. Foram 2 horas de puro terror e o mais firme hard rock que se pode ter. A galera foi um público forte. Só pararam de agitar na balada "Only Women Bleed". E cantaram (mesmo que algumas muito errado) todas as músicas.
Alice Cooper é uma das bandas que, sempre que tiver show, eu vou!!"
Por Rendrick Duarte:
"Demorou pra eles colocarem rock de verdade no meio desse caralho de blog!
Foi no dia 30 de maio que Alice Cooper deu as caras no Brasil depois de 4 anos, e fez o primeiro dos 3 shows que estavam marcados, em Porto Alegre. Relatos foram ouvidos dizendo que o público no Pepsi On Stage parecia não ter passado das 1.000 pessoas. Vendo isso, rezei para que o público de São Paulo representasse no Credicard Hall no dia 2 de junho, pra não decepcionar a Titia Alice.
Dei um gato no serviço, então consegui chegar por volta das 3 da tarde na fila (caracterizado com a maquiagem usada na turnê do Along Came A Spider) e não tinha muita gente. Lá pra umas 18:30 o povo começou a chegar. Muita gente deve ter ido trabalhar e só conseguiu ir pro show depois. Quinta-feira é uma desgraça pra dia de show viu. Os portões que estavam programados pra abrir às 20:00 horas (uma hora e meia antes do show) só foram abrir às 20:30. Nisso já tava uma bagunça da porra na fila.
O legal do show é que não tinha pista vip, então eu consegui ficar muito perto do palco. O povo se dispersando dentro do Credicard Hall, uns indo pras cadeiras superiores, outros pros camarotes, e nada da pista encher. A banda, que estava programada pra entrar às 21:30, teve também meia hora de atraso, entrando somente às 22:00. Foi o tempo de encostar perto de mim um cover do Ozzy e zoar com a galera. E o tempo da pista finalmente encher!
Começa o discurso ao fundo do ator Vincent Price. As luzes começam a piscar sobre a bandeirona da turnê, Cooper dá as primeiras palavras num microfone que estava um pouco ruim, e juntamente com os primeiros acordes de "The Black Widow" a bandeira cai, mostrando Alice Cooper no topo de uma escadaria, trajado de aranha. A partir daí a galera não para. Loucura o show inteiro.
Interessante eles tocarem "The Black Widow" inteira. Geralmente eles tocavam só um trecho, ou então só a instrumental durante algum número do Alice. Os 'sacerdotes' viram a escada, e o mestre desce, dando início à "Brutal Planet". A turnê é intitulada 'No More Mr. Nice Guy Tour', então têm-se a ideia de que a banda vai dar mais lugar aos clássicos. Foi o que aconteceu... "I'm Eighteen" marcou o começo dos clássicos, com Cooper se apoiando na sempre presente muleta. Logo vieram "Under My Wheels", "Billion Dollar Babies" (com direito aos dólares na espada) e "No More Mr. Nice Guy". Nisso eu já tinha suado uns 3 litros.
A banda que acompanha a Titia é fenomenal. Steve Hunter, que trabalhou com Alice Cooper até o álbum Lace and Whiskey de 1977, voltou a fazer parte do line-up nessa turnê. E as surpresas da noite ficaram com "Hey Stoopid" (que não era tocada desde a turnê de 1997, e só começou a ser tocada aqui na América Do Sul), e "Halo Of Flies". Foi nessa última que a banda mostrou sua virtuosidade. Pra quem não sabe, "Halo Of Flies" foi criada depois do King Crimson ter dado uma entrevista dizendo que 'Alice Cooper era só glitter' Com seus quase 9 minutos, "Halo Of Flies" levou ao delírio aos fãs que a conheciam. A instrumental final deu o tempo de Cooper ir trocar o figurino para mostrar a música nova "I'll Bite Your Face Off".
O teatro macabro de Cooper foi simples. Nada de enfermeiras, nem de colares de diamantes sendo jogados na plateia (por não tocarem "Nurse Rozetta" e nem "Dirty Diamonds"), mas foi incrível. Na baladinha machista "Only Women Bleed" a Titia cantou com uma boneca nas mãos. Na sequência ele espancou a boneca, ao som de "Cold Ethyl". Alice também encarnou 'O Médico E O Monstro' e deu vida à um Frankenstein de uns 5 metros de altura, claro, durante "Feed My Frankenstein".
Em "Wicked Young Man" ele atravessou seu pedestal em um paparazzi. Por conta disso, Alice é preso e condenado à morte. A hora mais esperada do show. Chega a guilhotinha, com a banda tocando parte da "Killer". No ápice da música, o carrasco solta a corda e a lâmina desce, decapitando o astro. E o público delira. "You love the dead?" pergunta aos gritos o carrasco, mostrando a cabeça de Cooper. Nisso a banda começa o refrão da "I Love The Dead", acompanhada em coro pela plateia. Mas calma, foi só o tempo para Cooper trocar de roupa e voltar com um terno brilhante e uma camisa da seleção brasileira com seu nome, de número 18 (I'm Eighteen) para o clássico "School's Out". E eles deixarem o palco.
Para o bis ele preparou "Elected", com direito à um discurso sobre o Brasil, falando que é um lugar onde há muita pobreza e colocando outros pontos negativos do país, falando depois que não liga. Encerrando o show, Steve Hunter veste uma peruca à la Hendrix, e é justamente ele que o guitarrista encara mesmo, tocando um cover de "Fire".
Pela visão que eu tive, o Credicard Hall (que tem capacidade para 7.500 pessoas) estava com, pelo menos, 6000 loucos vendo aquele show de horrores. Mas uma coisa é certa: apesar da Titia Alice não ter conversado muito com o público, São Paulo teve uma noite inesquecível. Foram 2 horas de puro terror e o mais firme hard rock que se pode ter. A galera foi um público forte. Só pararam de agitar na balada "Only Women Bleed". E cantaram (mesmo que algumas muito errado) todas as músicas.
Alice Cooper é uma das bandas que, sempre que tiver show, eu vou!!"
Line-up:
Alice Cooper - vocals
Steve Hunter - guitars
Tommy Henriksen - guitars
Damon Johnson - guitars
Glen Sobel - drums
Chuck Garric - bass
-Vincent Price Intro
01. The Black Widow
02. Brutal Planet
03. I'm Eighteen
04. Under My Wheels
05. Billion Dollar Babies
06. No More Mr. Nice Guy
07. Hey Stoopid
08. Is It My Body?
09. Halo Of Flies
10. I'll Bite Your Face Off (new song)
11. Muscle Of Love
12. Only Women Bleed
13. Cold Ethyl
14. Feed My Frankenstein
15. Clones (We're All)
16. Poison
17. Wicked Young Man
18. Killer/I Love The Dead
19. School's Out
20. Elected
21. Fire
1 comentários:
Tão abrindo com Black Widow essa turnê justamente pela intro dela, o Vincent Price falando e tal, pq esse ano é centenário dele.
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